Cancro da Próstata
É a segunda causa de morte oncológica masculina, logo a seguir ao cancro do pulmão, e o cancro mais frequente nos homens com idade superior a 50 anos. No entanto, quando detetado precocemente, apresenta uma elevada taxa de sobrevivência.
OS NÚMEROS
- Incidência de 82 casos por 100 mil habitantes;
- Mortalidade de 33 por 100 mil habitantes;
- Representa cerca de 3,5% de todas as mortes e mais de 10% das mortes por cancro.
Fonte: Associação Portuguesa de Urologia
O QUE É O CANCRO DA PRÓSTATA?
O cancro acontece sempre que um grupo de células fica descontrolado, crescendo e multiplicando-se de forma anormal. Isto pode ocorrer em qualquer parte do corpo, sendo que, daí, essas células podem-se espalhar. Está-se perante o cancro da próstata quando este fenómeno se dá nesta glândula masculina.
O QUE O CAUSA?
A investigação científica aponta para a possibilidade de uma mutação no ADN de algumas células, o que as fará dividirem-se mais depressa do que as outras. Essas alterações no ADN terão também o efeito de “desligar” os genes que, habitualmente, controlam o ciclo de vida celular e que são, por isso, designados como genes supressores dos tumores.
HÁ FATORES DE RISCO?
O primeiro é a idade: o cancro da próstata é raro nos homens com menos de 40 anos, mas a probabilidade aumenta a partir dos 50 e acelera a partir dos 65. O cancro da próstata é mais comum em homens afroamericanos, por razões ainda desconhecidas. Os antecedentes familiares têm peso, sendo o risco maior se houver irmãos com a doença. No entanto, a maior parte dos homens com cancro não possui qualquer histórico na família.
Alguns genes hereditários associados ao cancro — como o BRCA 1 e o BRCA 2 — também aumentam o risco. Estes são fatores não modificáveis. Mas existem alguns fatores associados ao estilo de vida que parecem desempenhar um papel neste processo, embora não haja estudos decisivos quanto a isso: são eles a alimentação, o tabagismo, o sedentarismo e o excesso de peso.
QUAIS OS SINTOMAS?
A maior parte das vezes, o cancro da próstata não apresenta manifestações específicas nas suas fases iniciais.
Em estádios mais avançados é possível identificar um conjunto de sintomas que, no entanto, são comuns a outras patologias urinárias, como dificuldade em urinar, necessidade de urinar mais vezes durante a noite, fluxo de urina mais fraco, sensação de urgência, dor ou ardor ao urinar, desconforto ou dor na região pélvica e ainda ejaculação dolorosa ou disfunção erétil.
COMO SE DIAGNOSTICA?
O facto de, numa fase inicial, este tipo de cancro não exibir sintomas, coloca algumas questões relativamente ao diagnóstico. A realização de exames regulares de rastreio é a principal forma de identificar o cancro antes deste se manifestar. Neste contexto, são dois os testes disponíveis. Um deles é o toque retal: consiste na palpação da próstata através do reto, de forma a verificar o tamanho e a consistência da glândula e detetar a presença de nódulos, sendo que tem a desvantagem de não identificar os tumores mais pequenos. O outro é a análise sanguínea para medição do PSA — Antigénio Específico da Próstata: trata-se de uma proteína produzida pela próstata e que circula, em quantidades mínimas, no sangue, mas que, em quantidades elevadas, constitui um alerta para a doença prostática.
Entre os meios de diagnóstico incluem-se ainda a ecografia transretal, que permite ter uma imagem da próstata, bem como detetar alguns tumores. No entanto, este exame precisa de ter a confirmação de outro método de diagnóstico, como a biópsia, que consiste na remoção de uma amostra do tumor para análise laboratorial.
QUE TRATAMENTOS EXISTEM?
O tratamento depende da fase em que o cancro se encontra, podendo envolver radioterapia, quimioterapia, terapêutica hormonal e cirurgia. Nalguns casos, a opção pode recair apenas pela vigilância médica.
É POSSÍVEL PREVENIR?
A maior parte dos fatores de risco identificados não é modificável, uma vez que se prendem com a idade, a etnia e os antecedentes familiares. Existem, porém, fatores, já mencionados, que podem ter influência e são modificáveis.
A prevenção pode passar pela adoção de uma dieta alimentar saudável (com menos gorduras e mais frutas e vegetais) ou pela prática de exercício físico, uma vez que, juntamente com a alimentação, ajuda a manter o peso controlado.
A prevenção passa igualmente pela realização do despiste das doenças da próstata a partir dos 50 anos, o que inclui a combinação do toque retal com a análise ao PSA. Não permite evitar o cancro, mas contribui para a sua deteção e para o tratamento precoces.